Ovos, barras de chocolate e bombons representam 35% do faturamento da varejista de março a abril
A Americanas revisou o valor da dívida com os credores para R$ 42,5 bilhões. A varejista enfrenta a desconfiança de fornecedores e teve de pagar à vista os pedidos para a tradicional venda de ovos de Páscoa.
Os ovos de Páscoa vão chegar às lojas físicas da Americanas depois do carnaval, no fim de fevereiro. Oficialmente, a campanha de vendas começa no dia primeiro de março. O comércio de ovos, barras de chocolate e bombons representa 35% do faturamento da varejista nos meses de março e abril.
Neste ano, porém, a direção da empresa teve que driblar a desconfiança dos fornecedores para abastecer as mais de 1.700 lojas.
As negociações, que já vinham acontecendo desde novembro e dezembro do ano passado, tiveram de ser refeitas a partir do processo de recuperação judicial, no começo de janeiro. A maioria dos fornecedores exigiu pagamento à vista ou antecipado. Em outros anos, os valores eram repassados até um mês depois da Páscoa.
“Eu diria que é bastante normal que ocorra isso. Ou seja, bancos fecham linhas de crédito e fornecedores seguem a mesma trajetória. A única saída que resta é que ela faça as compras à vista e na medida do possível”, diz o economista Wagner Moraes.
Por causa disso a quantidade de ovos comprados foi menor que o planejado. Serão 13 milhões de unidades, metade da marca própria e os demais da linha regular. Os produtos vão sair de um galpão, na zona norte da capital paulista, para serem distribuídos em todo o país. Mesmo com toda a expectativa criada em torno da páscoa, especialistas acreditam que a crise na companhia deve permanecer.
“É uma situação muito, muito complicada agora, e vai afetar essa performance de vendas, e logicamente o volume de vendas, e consequentemente a reposição de capital de giro por parte da companhia”, diz Wagner Moraes.