O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil apresentou um crescimento de 0,9% no segundo trimestre de 2023, marcando o oitavo resultado positivo consecutivo em termos trimestrais, conforme revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar desse desempenho encorajador e acima do esperado pelo mercado, o setor agropecuário enfrentou desafios significativos, resultando em uma queda de -0,9%. Essa retração foi influenciada pela redução da safra de produtos-chave, como soja, milho e café, devido à estiagem e às geadas.
Segundo Wagner Moraes, economista e especialista em mercado financeiro, a base de comparação elevada do primeiro trimestre também contribuiu para o resultado negativo do setor agropecuário.
Moraes ainda acrescenta que a “mudança climática tem ligação direta com a economia do país, já que as incertezas sobre os impactos do fenômeno El Niño sobre o agronegócio persistem para o segundo semestre. Dado o peso substancial do setor no PIB nacional, a continuidade de um desempenho insatisfatório pode impactar o desempenho geral do país.”
Por outro lado, os setores de comércio e serviços apresentaram grande avanço segundo os dados obtidos do sistema de contas do IBGE. A indústria, cresceu 1,2% puxada pelo aumento da produção de bens de capital e de consumo duráveis, refletindo a melhora da confiança dos empresários e dos consumidores. Mas os serviços, na visão do economista, acabaram beneficiados pela flexibilização das medidas de distanciamento social e pelo avanço da vacinação contra a covid-19, que favoreceram as atividades de comércio, transporte e alojamento, quando comparado ao último ano.